quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Só para a realeza...



Papel higiênico

A velha toada de criança diz que quem não tem papel se limpa com jornal. Verdade? Mais que isso. Além das notícias impressas, os seres humanos já tiveram de se virar com folhas, grama, neve, musgo, lã de carneiro e até mesmo areia.
Uma alternativa menos áspera era defecar nos rios, para facilitar o trabalho. “No Brasil, usava-se muito a palha de milho quando ainda verde. A palha seca pode machucar”, afirma a socióloga Heleieth Saffioti, da PUC-SP. Ela conta que no interior de São Paulo, nos anos 50, a folha ainda era bastante utilizada. “Até hoje, em locais como as vilas nas margens do rio São Francisco, tem gente que se limpa com folhas.”
Já reis usam o papel higiênico desde o século 14, quando o artigo foi inventado pelos chineses. Em 1391, eles produziram 720 mil folhas de papel para uso exclusivo da corte. Entre a nobreza européia, papel higiênico era um artigo que media poder. O rei francês Luís XIV (1638-1715), apesar de ser conhecido pelo tremendo fedor, era fã de pequenas toalhinhas de lã, que não machucavam seu bumbum real.
O rolo de papel higiênico contemporâneo foi obra do nova-iorquino Joseph Gayetty. Era chamado de “papel terapêutico” e já nasceu, em 1857, perfumado com babosa (a popular Aloe vera). O pacote com 500 folhas custava 50 centavos e o nome de Gayetty estava impresso em cada uma delas. No fim do século, como vários outros artigos antes restritos à realeza, o papel higiênico passou a ser fabricado em escala industrial.

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